Com mais de 40 anos de experiência, o gaúcho Paulo Pelaipe (foto) acumula trabalhos bem sucedidos. Logicamente o mais recente, como gerente executivo do Flamengo ainda tem muito destaque já que no ano passado o clube carioca conquistou tudo o que disputou. No entanto o empresário, que fora do futebol atuou no ramo de seguros, e chegou a ser vice-presidente do Grêmio/RS ao longo do tempo acumulou diversos sucessos nos clubes onde passou. Mas para chegar até topo foram anos e anos de atividade esportiva.
Natural de Porto Alegre, ainda criança passou a gostar de futebol e por conseguinte do Grêmio, clube onde trabalhou boa parte da sua vida, sendo que o começo de tudo foi no final dos anos 70. Até assumir o futebol do Grêmio, Paulo Pelaipe passou por vários departamentos dentro do Grêmio em pouco mais de 20 anos trabalhando somente no Tricolor Gaúcho. “Eu comecei a trabalhar na parte de Futsal do Grêmio em 1979. Quando cheguei o time não atravessava uma boa fase e conseguimos remontar a estrutura para que os resultados começassem a surgir. Como o Futsal estava ligado diretamente ao futebol no clube, aí eu comecei a trabalhar nas categorias inferiores até chegar ao time principal no final dos anos 80”, lembra. “O primeiro grande título foi a Copa do Brasil de 1989 que conquistamos em cima do Sport/PE. Foi emblemático porque o Grêmio entrou para a história como o primeiro campeão da competição que surgia naquele ano e depois se tornou um dos ‘papa-títulos’ deste certame”, complementa.
Seguiu na equipe gaúcha que passou muitas dificuldades e depois de certo tempo se afastou para cuidar da vida particular, já que possuía uma corretora de seguros em Porto Alegre/RS. Mas no começo dos anos 2000 retorna ao clube junto com o presidente Paulo Otoni com houvera trabalhando antes. “Passamos momentos difíceis, com problemas financeiros, rebaixamento para a Série B, mas conseguimos dar a volta por cima e naquela partida memorável em Recife/PE diante do Náutico, retornamos a Série A que ficou conhecida como a ‘Batalha dos Aflitos’. Foi emblemático porque de lá para cá as coisas caminharam bem e o time voltou a trilhar um caminho de sucesso”, recorda.
O EXECUTIVO
Com mais de 20 anos no Grêmio, onde chegou a ser vice-presidente de futebol, Paulo Pelaipe em 2008 resolve se dedicar exclusivamente ao futebol, agora como executivo e desde então acumula passagens por equipes nos mais variados Estados brasileiros. “Deixei a empresa para a minha esposa e meu filho tomarem conta, depois me desvinculei do Grêmio como associado e conselheiro para seguir no futebol já com este perfil profissional porque sempre acreditei que quando as coisas são feitas de forma equilibrada e com um bom planejamento, a tendência é o sucesso e assim me tornei executivo”, conta.
No currículo, acumula passagens por Fortaleza/CE, Criciúma/SC, Vasco da Gama/RJ, Coritiba/PR, também prestou consultoria ao Corinthians/SP e por duas vezes trabalhou no Flamengo, sendo a sua última passagem a mais marcante por conta dos títulos conquistados: Campeonato Carioca, Campeonato Brasileiro, Copa Libertadores da América e Torneio Flórida Cup nos Estados Unidos. “Foram dois momentos e lógico que este segundo marcado por títulos, mas o primeiro foi importante porque foi o começo de uma reestruturação. O presidente era o (Eduardo) Bandeira de Melo e ali nascia o projeto de gestão cujos resultados foram vistos agora. Ganhamos a Copa do Brasil de 2013, o estadual de 2014 e depois foram cinco anos sem títulos, uma situação difícil porque o torcedor quer títulos e isso é o que movimenta a paixão por um clube. Não foi fácil, mas a persistência dos dirigentes foi importante para que se chegasse nessa situação”, relata Pelaipe.
Para o dirigente, o grande segredo foi a sintonia existente entre todos para que se chegasse ao resultado final. “O trabalho foi consensual, não houve atropelos, ninguém foi maior que ninguém e isso contribuiu para o bom andamento das coisas porque houve a credibilidade para se buscar as coisas. As contratações foram todas elas consensuais e quando existe isso realmente as coisas tendem a dar muito certo”, declarou. “Foram feitas adequações, ajustes nos gastos que se tinha, mas o torcedor não entendia isso porque ele que títulos e não entendia que o trabalho que estava sendo feito era de recuperação do clube e com uma gestão responsável houve os ajustes e o Flamengo conquistou os títulos. Agora o torcedor começa a entender o que foi feito e o resultado que isso trouxe”, acrescenta.
Por Cristiano Alves