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Inquérito indica que ex-presidente do Corinthians desviava verba para pagar agiota

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A Polícia Civil de São Paulo concluiu o inquérito que investigou o desvio de recursos no contrato entre o Corinthians e a antiga patrocinadora VaideBet. O relatório, finalizado na última segunda-feira (23), aponta que o ex-presidente do clube, Augusto Melo, utilizou parte da comissão do contrato para quitar dívidas pessoais, incluindo um suposto empréstimo com um agiota da zona leste da capital.

De acordo com o inquérito, as dívidas teriam origem em doações recebidas durante a campanha eleitoral de Augusto Melo à presidência do clube. Os repasses teriam vindo de empresários do futebol, influenciadores e, segundo a investigação, até de um agiota. Um dos nomes citados como doador é o influenciador Bruno Alexssander, conhecido como “Buzeira”.

Em um recorte, o documento cita que Melo vinha sendo ameaçado de morte pelo agiota:

“Na denúncia, verdade seja dita, essas tais doações foram tratadas como ‘dívidas’, e foi asseverado também que um agiota da zona leste estaria no encalço de Augusto, ameaçando matá-lo caso não pagasse o débito”, descreveu um trecho do relatório.

investigação aponta que o plano dos envolvidos era desviar 7% do valor total do contrato com a VaideBet, o que corresponderia a R$ 25,2 milhões, em parcelas mensais de R$ 700 mil. A comissão foi paga a Alex Cassundé, apontado como intermediário no acordo, cuja empresa Rede Social Media Design participou da campanha eleitoral de Augusto Melo.

Outros dirigentes também foram indiciados, entre eles Marcelo Mariano, Sérgio Moura e Yun Ki Lee. Segundo o relatório, o contrato apresentava indícios de irregularidades desde o início, sem passar por avaliação do setor de compliance (setor de fiscalização) do clube.

A investigação se aprofundou após identificar que parte das comissões foi transferida a empresas de fachada, como a Neoway, utilizada, segundo o relatório, para “ocultar e dissimular valores ilícitos”.

Outro trecho do inquérito sugere a possível ligação do caso com o crime organizado. A polícia afirma que pelo menos R$ 870 mil teriam sido transferidos à empresa UJ Football Talent Intermediação, mencionada em delação do empresário Vinícius Gritzbach, morto em novembro de 2024 no Aeroporto de Guarulhos, que revelou o uso de contas laranjas por integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC).

fonte: bn

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