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CBF considera ‘questão de tempo’ para assinar com Carlos Ancelotti para treinar a seleção brasileira

7 Min de leitura
Real Madrid head coach Carlo Ancelotti during the La Liga match between Girona FC and Real Madrid played at Montilivi Stadium on April 25, 2023 in Girona, Spain. (Photo by Sergio Ruiz / Pressinphoto / Icon Sport) - Photo by Icon sport

Questão de tempo. É desta maneira que a CBF trata o acerto com Carlo Ancelotti para assumir a seleção brasileira já a partir da Data Fifa de junho. O trauma pela frustração causada com a renovação com o Real Madrid em 2023 indica precaução até que Florentino Pérez decida pela saída do treinador, mas as negociações caminham com o conhecimento do clube e até mesmo a montagem da comissão técnica já entrou em pauta.

As semanas decisivas para o fim da temporada merengue serão determinantes para definição de como se dará o desligamento do italiano, que tem contrato até meados de 2026, e demandam sigilo absoluto entre desmentidos públicos e cuidado com intermediários envolvidos. O próprio presidente Ednaldo Rodrigues, no entanto, também está em contato direto com Carlo Ancelotti segundo relatam pessoas próximas ao italiano e os termos para que comande a Seleção até a Copa do Mundo são similares aos que foram colocados na mesa há dois anos.

Na ocasião, Ancelotti chegou a assinar um termo de compromisso com Ednaldo sem validade jurídica. Com a intervenção que tirou o presidente temporariamente do comando da entidade, por sua vez, o treinador fez a escolha por renovar o vínculo com o Real em 29 de dezembro de 2023. A boa relação construída na ocasião, o detalhamento da proposta e o desejo recíproco acabaram facilitando a retomada das conversas em 2025, antes mesmo da decisão pela saída de Dorival Júnior após a Data Fifa de março.

O interesse mútuo permitiu até mesmo que temas referentes ao dia a dia entrassem em discussão nas últimas semanas. A projeção é de que Carlo Ancelotti chegue à Seleção acompanhado de dois auxiliares: o filho Davide Ancelotti e o também italiano Francesco Mauri. Em um primeiro momento, levantou-se a possibilidade de Davide já iniciar a carreira como treinador e se juntar ao pai somente na Copa do Mundo como colaborador, mas o voo solo ficará para depois.

Já foi debatido também de que haverá mudanças na preparação física da comissão atual e que a prioridade será dada a um brasileiro para assumir um cargo. Carlo Ancelotti também manifestou o desejo de ter um ex-jogador da Seleção ao seu lado e nomes foram colocados à mesa sem uma definição. Vale lembrar que Juan, que defendeu o país nas Copas de 2006 e 2010, ocupa o cargo de gerente técnico.

A confiança da CBF anda sempre em paralelo ao combo de expectativa e respeito à condução do Real Madrid no processo. O clube merengue sabe dos avanços nas negociações para Ancelotti assumir a Seleção, mas não abre mão de conduzir a narrativa na tomada de decisão sobre o comando técnico para a próxima temporada. Internamente, há o desejo de troca antes do Mundial de Clubes e a busca por um substituto caminha junto com um fim de passagem que seja condizente com a história do treinador tricampeão da Champions pelo clube.

No momento, o cenário mais provável é de que o italiano termine La Liga no banco de reservas, dia 25 de maio, contra a Real Sociedad, no Santiago Bernabéu. O prazo exigiria que a CBF enviasse a lista larga para a Fifa no dia 18 de maio sem a assinatura do treinador, que só chegaria ao país às vésperas da apresentação, dia 2 de junho, para definir os 23 convocados para encarar o Equador, dia 5, em Quito, e o Paraguai, dia 10, na Arena Corinthians.

Os clássicos contra o Barcelona, neste sábado, pela final da Copa do Rei, e no dia 11, por La Liga, são as alternativas para abreviar o processo. No momento, o Real está a quatro pontos dos maiores rivais faltando cinco rodadas para o fim do Campeonato Espanhol. Não está descartada a possibilidade de o clube anunciar o fim do ciclo de Ancelotti e tratar a reta final como despedida – em cenário similar ao que o Liverpool fez com Jurgen Klopp na temporada passada.

São alternativas que vão além do controle da CBF, que se atém em aparar arestas e estreitar laços para minimizar os riscos de não ter Ancelotti tão logo o clube espanhol decrete seu futuro. A única exigência é mesmo tê-lo já na Data Fifa de junho, sendo qualquer cenário diferente deste suficiente para recolocar Jorge Jesus e Abel Ferreira na disputa.

Até que o Real Madrid tome sua decisão sobre a saída de Carlo Ancelotti, a discrição segue como palavra de ordem entre todos os envolvidos. O treinador italiano seguirá posicionando oficialmente de que não foi procurado pela CBF, que, por sua vez, vai manter o discurso de que ainda não definiu nomes que possam substituir Dorival Júnior.

Ednaldo Rodrigues declarou publicamente no sorteio dos confrontos da Copa do Brasil que conversa apenas com o diretor executivo Rodrigo Caetano sobre o tema e que ambos vão conduzir a negociação. Os contatos com Ancelotti, porém, como revelado pelo ge, foram retomados ainda antes da Data Fifa de março e sem a participação do dirigente.

Há uma preocupação da CBF para que o tema seja mantido em sigilo absoluto e, até por isso, a entidade tem feito conexões através de interlocutores que originalmente não são do meio do futebol. Zelo para evitar conflitos com o Real Madrid, mas também uma nova decepção como a de dois anos atrás.

Fonte-ge

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