Com um calendário apertado, adversários mais qualificados e um elenco sofrendo com desfalques por lesão, Rogério Ceni vem precisando se adaptar a cada rodada no comando do Bahia. Foi o isso que o comandante tricolor destacou nesta segunda-feira (21), após o triunfo do Esquadrão por 1 a 0 sobre o Ceará, após ser questionado sobre mudanças frequentes na equipe titular. O treinador reconheceu o desconforto do torcedor, mas justificou a necessidade de alternância com base na condição física dos atletas.
“Eu entendo sempre quando o torcedor não vê dentro de campo os dez que mais atuam. A gente segue alguns indícios que os atletas dão e ao ter alguma lesão a tendência, se você for repetindo(as escalações) é de mais lesões e chega um momento que não dá para formar um time sem improvisações. Não chegamos nesse ponto e cuidamos. Por isso tentamos fazer um elenco. Não contratamos nenhum jogador bombástico ou de renome. São todos muito bons jogadores, que colaboram para um todo. É preciso que eles tenham minutos pra jogar e é preciso que se possa confiar nesses jogadores também”, explicou.
A rotatividade, segundo Ceni, não é apenas estratégia, mas necessidade. “É uma mudança de características de jogo. É inegável que Jean Lucas, Caio e Éverton são diferentes de Erick, Nico e Nestor. Mas nesse número de jogos, se não tiver alternância, você não vai sobreviver. Cada lesão puxa outra lesão”, completou.
A crescente presença de jovens revelados na base tricolor também foi tema da entrevista. Questionado se os garotos vêm sendo utilizados por mérito ou por escassez de opções, Ceni foi direto: “Seria hipocrisia dizer que jogariam se todos estivessem disponíveis”.
Nomes como Ruan Pablo, Tiago e Fredi receberam chances recentes, mas ainda não são considerados prontos pelo treinador. “O Kanu e o Gabriel estão à frente do Fredi, por exemplo. Mas ele tem muito potencial. Se tivermos jogadores lesionados, a base terá mais oportunidades. É o que temos até a janela de julho. Todos os clubes passam por isso.”
Apesar das ressalvas, Ceni valorizou o processo de maturação da base. “Esses meninos agora disputam competições mais fortes. Jogaram torneios sul-americanos, estão na Seleção de base. Isso precisa ser reconhecido”, comentou.
fonte: bn