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Flu de Feira foi “porta de entrada” para o sucesso de Junior Mossoró

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O Fluminense de Feira ao longo do tempo sempre revelou jogadores que despontaram para o cenário nacional. Mas outros não foram “crias” do Touro do Sertão, porém ganharam projeção depois de passarem pelo clube e um deles foi o atacante Junior Mossoró, que passou pela “vitrine” e deixou saudades naqueles que vibraram com seus gols. Junior ainda tem envolvimento com o esporte e não esquece de Feira de Santana, onde viveu um momento especial na sua carreira que ainda conta com passagens por Vitória, Grêmio/RS, Ceará e outros clubes brasileiros.

Natural da cidade de Lucrécia/RN, Valdomiro Queiroz Xavier Junior, ou simplesmente Junior Mossoró, iniciou a sua trajetória no Potiguar da cidade de Mossoró, que fica próxima da sua terra natal. Ele ficou de 1981 até 1984, quando deixou o “Leão do Oeste” para jogar no Ferroviário/CE, onde ficou até o final do ano quando se transferiu para o Fluminense de Feira. “Me lembro que os dirigentes do Ferroviário queriam me contratar, mas através de Maranhão Gomes (já falecido) eu acabei vindo para o Fluminense. Cheguei no final de 84, ainda fiz cinco jogos naquele ano”, lembra Junior.

A partir de 1985, o atacante se firmou no Fluminense onde começou a fazer muitos gols e aos poucos se transformou no “xodó” da torcida do Touro do Sertão. “Eu tive aqui companheiros inesquecíveis como Zelito, Dito, Hugo, Itamar, Trabuco dentre tantos bons jogadores que tinha naquele tempo. Trabalhei com técnicos maravilhosos, mas um é especial: Veraldo Santos. Aprendi muito com ele, que além da parte técnica conversa muito com a gente, orientava, não tinha quem não gostasse dele. Tenho muito carinho por ele e por todos que trabalharam comigo naquela época”, disse Junior.

Os gols e o desempenho levaram o atacante a ser negociado com o Vitória em 1987 e no rubro-negro, ele permaneceu até 1991, quando se transferiu para o Grêmio/RS. “Eu fiquei no Sul um ano e logo em seguida fui para São Paulo jogar no Rio Branco de Americana. De lá fui para o Ceará. depois voltei para o meu Estado, onde joguei no Potiguar, ABC, Baraúnas e em 1998 encerrei a carreira jogando no Potiguar. Graças a Deus foi uma carreira bacana, fiz muita coisa boa deixei grandes amigos e isso vale mais do que qualquer dinheiro porque naquele tempo o amor pelo futebol era maior do que qualquer dificuldade que a gente pudesse passar”, conta Junior.

Junior lembra que quando chegou em Feira de Santana, a sede do Fluminense era na Rua Conselheiro Franco. “O presidente era o seu Edinho (Edson Pedreira Ramos) que tinha uma loja de móveis e inclusive chegamos a morar em um imóvel que ficava na Ladeira do Nagé. Nesse tempo encontrei muito apoio da família do Mundinho (ex-goleiro) e a dona Mira, sua esposa, do Roberto, Jorginho e o Junior Baiano tava começando a carreira já treinava com a gente e ali dava para ver que ele ia longe no futebol como foi: chegou a Seleção Brasileira, disputou Copa do Mundo, jogou no exterior”, recorda o ex-atacante. “Eu me lembro que dei uns cascudos no Junior Baiano que nos coletivos chegava junto, não dava moleza para os atacantes. Não demorou muito para ele engatar uma carreira vitoriosa”, complementa.

Para o ex-jogador, o Fluminense de Feira foi a verdadeira “porta de entrada” para a sua carreira vitoriosa. “Foi aí que desenrolou tudo, não é? Só por isso aí sou grato ao Fluminense, mas sou grato também a torcida, a imprensa, aos dirigentes que sempre me trataram muito bem, com muito carinho. Eu ainda tenho muitos amigos em Feira que é um lugar que está no meu coração assim como o Fluminense onde vivi grandes momentos”, declarou.

Junior voltou para o Rio Grande do Norte e, aos 57 anos, segue envolvido com o Esporte, trabalhando na área de Educação Física, além de possuir outro empreendimento no ramo comercial. “O amor é grande pelo esporte e não poderia ficar de fora. Procuro passar conhecimento, orientar os garotos porque hoje é isso que falta nas divisões de base dos clubes: o verdadeiro professor, o cara que ensina a técnica, mas que orienta, que aconselha os garotos, dá dicas. Infelizmente as coisas vêm mudando, as concepções, os conceitos e é por isso que o futebol está como está”, comenta.

ATUALIDADE

Junior exemplifica duas situações ocorridas com atletas da base, ainda quando estava no Vitória. “Eu já era profissional e o Alex Alves (já falecido) devia ter uns 14 anos e tava na base. Ele iria ser mandado embora do Vitória. Tinha gente lá que eu prefiro não citar o nome, que dizia ‘esse menino mole tem que ir embora. O engaçado é que o ‘menino mole’ foi um dos protagonistas do vice-campeonato brasileiro de 1993 e no ano seguinte foi vendido ao Palmeiras, depois foi para a Alemanha. Já pensou se tivessem mandado ele embora?”, conta. “O outro que viveu uma situação parecida foi Edilson Capetinha: mandaram embora de lá. Foi para São Paulo e pouco tempo depois foi campeão brasileiro pelo Palmeiras em cima do Vitória, depois jogou em outros grandes clubes do Brasil”, complementa.

O ex-atleta lembra que a paciência e a perseverança são elementos importantes na revelação de novos craques. “Hoje, o grande problema é o imediatismo: o menino tem que dar a resposta logo, mas se houver calma, persistência sabendo explorar o potencial, ele te dá a resposta até melhor do que se imagina, se tudo correr no tempo certo. Infelizmente a ideia que se tem de base é que se deve ganhar títulos. Base é para se formar atletas, que podem ser negociados ou suprir as necessidades de uma equipe”, afirma Junior.  

Por Cristiano Alves

Foto – Arquivo Pessoal

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