Publicidade
Publicidade

Executivo diz que Brasil já não tem os melhores atletas do mundo

Compartilhe este Post

Os insucessos nas últimas Copas do Mundo, aliados à falta de disciplina e cultura tática de muitos, que na atualidade têm suas carreiras divididas com as vidas socais cada vez mais agitadas, além de desmandos administrativos que desaguam em um trabalho de base e estruturação cada vez mais frágil, são elementos que estão contribuindo para uma queda vertiginosa do Brasil na escala do futebol mundial. De acordo com o criador da Universidade do Futebol e executivo, João Paulo Medina, se não acontecer uma drástica mudança em pouco tempo o Brasil não será mais considerado “o país do futebol”.

A queda do futebol brasileiro pode ser exemplificada na seguinte situação: há 13 anos, nenhum jogador é escolhido pela FIFA como o melhor mundo. O último foi Kaká (fot), quando em 2007 atuava pelo Milan-ITA. Desde então, o futebol nacional – cujo o último título mundial foi conquistado em 2002 no Japão e Coreia – não consegue emplacar um atleta como melhor do mundo. Pesquisas, de acordo com Medina, comprovam a queda no futebol.

João Paulo Medina conta que foi feita uma pesquisa pouco antes da Copa do Mundo no Brasil, em 2014, e o resultado mostrou a involução no futebol brasileiro. “Essa pesquisa, que teve como base diversos veículos de comunicação espalhados por todo mundo apontou que entre os 50 jogadores apontados entre os melhores do mundo, apenas três brasileiros apareceram: Neymar, Dani Alves e Thiago Silva. O impressionante é que 30 anos antes, em 1983, foi feita uma pesquisa, onde entre os 50 melhores do mundo 12 eram brasileiros”, relatou.

De acordo com o executivo este é um forte motivo para que a afirmativa de que o Brasil tem o melhor futebol do mundo já não faça tanto sentido na atualidade. “Se levarmos somente em conta a quantidade de títulos mundiais, o fato do Brasil ser o único país presente em todas as Copas do Mundo e em números absolutos o grande exportador de jogadores, o Brasil ainda ostenta uma posição de ponta, mas em números reais, hoje somos superados por países como o Uruguai, a Nigéria e a Argentina no quesito de exportar jogadores para a Europa”, explica Medina. “São países de território menor, de população menor, mas que hoje demonstram uma evolução considerável, enquanto o Brasil segue acomodado achando que nunca pode ser suplantado. Mas aos poucos este estigma está sendo desconstruído e resultados recentes mostram isso, inclusive em Copas do Mundo”, argumenta Medina.

Além de dados, o profissional se baseia em depoimentos de colegas que assim como ele trabalharam fora do Brasil por muito tempo. “Tive oportunidade recente de ver um documentário sobre a trajetória do Alex (ex-jogador) que atuou na Turquia e também em conversa com ele, pude ver que o apelo do futebol é forte lá. Conversando com o Carlos Alberto Parreira (ex-treinador) e o Moraci Sant’Anna (preparador-físico) que trabalharam na Arábia Saudita e em outros países, também me relataram a evolução do futebol aí fora em todos os sentidos, enquanto o Brasil fica para trás, sendo superado por países que não são tradicionais, muitos nem título mundial tem, mas a diferença está na determinação, na aplicação e na busca da evolução no esporte”, observa João Paulo Medina.

Outra situação citada pelo executivo diz respeito aos Estados Unidos, cujo o futebol não é o primeiro esporte do americano. “O Basquete e o Futebol Americano estão na frente, mas o futebol (soccer) tem apresentado uma grande evolução com atletas de nível sendo contratados para disputar o campeonato local, com grandes públicos presentes aos estádios e isso reflete em trabalhos de base cada vez mais elaborados com resultados cada vez mais interessantes. Então essa história de que o futebol é do Brasil já era. O futebol é do mundo”, observa.

DISCIPLINA E CULTURA

Por ser um esporte de excelência, o futebol exige cultura e disciplina não só fora, mas dentro de campo também. A performance dentro de campo, de acordo com João Paulo Medina (foto), é o conjunto, a união de forças do treinador e dos jogadores. “Técnicos modernos convidam os atletas a pensarem o jogo, enquanto os tradicionais estabelecem tarefas que o jogador tem que cumprir. No futebol moderno, o técnico lança a proposta e convida o jogador a pensar o jogo. De nada adianta a técnica sem inteligência, aplicação e claro a dedicação”, argumenta o executivo. “Muitos clubes hoje disponibilizam através de plataformas digitais vídeos com o desempenho de cada jogador para que dentro disso o atleta possa aprimorar fundamentos corrigir erros e independente de treinador, ele mesmo se disciplinar a buscar metas e não se acomodar. O atleta que não acompanha isso fica para trás e pode perder grandes oportunidades de evoluir na carreira”, complementa.

O atacante Cristiano Ronaldo, atualmente na Juventus da Itália, de acordo com Medina serve de exemplo para muitos jogadores. “Ele é um atleta de nível e chega a ser obcecado por números, por estar superando a si mesmo quebrando os próprios recordes. É um jogador de grande nível que estabelece metas, objetivos pessoais e sempre está em busca de melhorar cada vez mais seu nível. Quem quer ser bom, ser um atleta de grande nível tem que fazer isso. E olha que estamos falando de um jogador já consagrado”, comenta.

CONSEQUÊNCIAS

Mesmo diante do quadro atual, João Paulo Medina afirma que o Brasil tem ainda uma população aficionada por futebol. “Mas se o quadro atual não começar a se modificar em poucos anos poderemos ter uma mudança de comportamento do brasileiro. A conscientização tem que partir dos dirigentes, buscando levantar os problemas, estabelecer diagnósticos e buscar soluções para o quadro atual porque se isso não for feito, o Brasil pode cair do topo dos melhores do mundo no futebol”, afirmou.

Por Cristiano Alves

Publicidade

Posts Relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *