Publicidade
Publicidade

“Perda do título de 92 foi uma das derrotas mais difíceis na minha vida”, diz Estevan

Compartilhe este Post

Com quase 50 anos de carreira no futebol como jogador e treinador, Estevan Soares conquistou diversos títulos por onde passou. No entanto, a sua passagem pelo Fluminense, quando jogador em 1992 ainda é lembrada por ele até hoje que aponta a perda do título do Campeonato Brasileiro da Série C para a Tuna Luso como sendo uma das maiores derrotas em sua longa trajetória.

Estevan chegou ao Fluminense em 1992, através de um convite feito por Gileno Portugal que era do Conselho Deliberativo do clube. “Nós nos encontramos em Salvador, na minha casa, e ele me fez o convite, eu vim e aqui acertei para fazer aquela temporada. Era interessante porque o Fluminense é um clube de tradição na Bahia, de uma torcida apaixonada e isso eu vi quando jogamos aqui a Série C, o público nos aplaudindo, nos incentivando e a gente buscando corresponder fazendo bons jogos e colhendo bons resultados”, lembra.

Coube a ele, dentro de campo, a missão de ser o líder e capitão do time. “Começamos com o Merrinho, aí depois veio o professor Veraldo e eu, que já tinha 36 anos fui escolhido para ser o capitão, mas o time tinha outros jogadores como o Edinho, o Zelito, Ronaldo, nossa…! Era um time muito bom que conseguiu superar adversários fortes e chegou a decisão contra a Tuna Luso que nós perdemos, acredito muito em função dos acasos, do que qualquer outra coisa”, diz Estevan.

A derrota e a perda do título à época gerou uma série de especulações, dentre as quais que Estevan, estaria irregular e o time fatalmente perderia o título para os paraenses que entrariam com um protesto na CBF. Outra especulação é de que o jogo teria sido “vendido” porque a direção não tinha condições de pagar o “bicho” dos atletas. “Olha, muita gente me colocou como vilão daquela fatídica partida. Por que não falam do árbitro? Por que não contam que ele em 15 minutos expulsou o Zé (Zelito) e desarmou nosso time? É fácil apontar culpados, mas não foi nada disso”, aponta Estevan. “O futebol são detalhes e a gente que está em campo não pode errar porque o mínimo pode custar todo um trabalho. O jogo foi tenso, nós perdemos o Zé, com 20 minutos tomamos um gol, mas ainda sim conseguimos manter o controle da partida e ainda ficou melhor porque aos 41 minutos do 2º tempo o Ronaldo empatou o jogo. Não poderia ser melhor”, lembra.

O capitão lembra que na hora do gol todos saíram para abraçar o Ronaldo. “Eu não fui porque eu já tinha vivido uma situação no Chile jogando pelo São Paulo quando todo mundo foi abraçar o Dario Pereyra e tomamos um gol. Não queria que isso repetisse, mas foi o que aconteceu, mesmo porque era um momento mágico: estávamos prestes a entrar para história, mas tudo isso desmontou em três minutos”, conta Estevan. “Não venham dizer que não queríamos o título, queríamos sim. Os dirigentes buscaram fazer o que estava ao seu alcance e  tudo isso em termos de especulação foi mais por parte de pessoas que se opunham aos dirigentes. Faltou união pois se isso acontecesse talvez a história tivesse sido diferente”, comentou.

Ao final do jogo, Estevan lembra que foi o momento mais complicado. “Muitos choraram, eu mesmo fiquei desolado, ainda mais quando liguei para Feira e um amigo me disse que na hora do gol do Ronaldo foi uma ‘enxurrada’ de fogos de artifício pela cidade e de repente perdemos o título. Foi mais de uma semana sem dormir pensado como perdemos aquele jogo, mas o futebol é assim, tem destas coisas”, afirma.

COMO TREINADOR

Estevan Soares lembra ter passado uma situação parecida já como treinador quando trabalhou no Al ittihad na Arábia Saudita. “O time era como se fosse o Flamengo de lá. Nós chegamos a decisão do campeonato e precisávamos de um empate para ficar com o título que me renderia US$ 200 mil de premiação e mais US$ 1 milhão de contrato, mas já no finalzinho tomamos um gol e perdemos o título e aí eu fui demitido. Foi triste para mim porque naquela situação o dinheiro era importante”, lembra. “Esse exemplo eu dei porque acontece mesmo, agora claro que existem sempre os maldosos que lançam as especulações colocando em xeque a credibilidade das pessoas. Foi isso que aconteceu comigo tanto no Al ittihad como no Fluminense e eu considero as duas maiores derrotas da minha vida: a perda daquele título no Fluminense para a Tuna Luso pela questão sentimental e a perda do título do Al ittihad pelo aspecto financeiro”, complementa.

Estevan atua como treinador a um bom tempo e recentemente esteve cotado para dirigir o Fluminense. “Fiquei feliz com a possibilidade porque gosto muito dos feirenses, tenho amigos na cidade, ligações afetivas e torci muito para que as coisas tivessem dado certo, porém não houve acerto. Agora a vontade é grande de fazer um trabalho no Fluminense de conquistar um titulo que estivemos perto de conquistar quando jogador. A vida segue e espero um dia voltar e fazer um grande trabalho no Fluminense”, afirmou Estevan Soares

Por Cristiano Alves

Publicidade

Posts Relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *