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“Pensei que fosse fácil lidar, mas não é”, conta jogador do Paraná alvo de injúria racial

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Um gesto e uma palavra impactaram mais do que as centenas de xingamentos que o zagueiro Eduardo Bauermann escutou na noite da última sexta-feira, no 1 a 0 do Atlético-GO sobre o Paraná, pela 36ª rodada da Série B do Brasileiro.

Quando um torcedor fez gestos e o chamou de macaco, ele conta que não soube como reagir, se fugia para o vestiário ou partia para cima do agressor. Fez o mais correto: chamou a polícia, que prendeu o torcedor.

A suspeita de injúria racial ocorreu, conta Eduardo Bauermann, quando o goleiro do Paraná defendeu uma cobrança de pênalti do Atlético-GO. Os jogadores tricolores comemoraram, enquanto os torcedores próximos ao gol passaram a xingar eles.

“Estávamos aquecendo atrás do gol e foi bem na hora do pênalti. Então comemoramos a defesa, e os torcedores vieram nos xingar. Como estamos acostumados de ouvir de tudo, a gente nem dá bola. Mas quando o cara gritou macaco, eu olhei pra ver se era isso mesmo”, disse.

O jogador viu o torcedor fazer os gestos e depois fugir para o meio da torcida. Decidiu procurar representantes da partida para que fossem tomadas decisões. Sem a presença da polícia, ele conta que avisou os responsáveis pelo doping, que, por sua vez, acionaram os policiais. O torcedor foi preso ainda dentro do estádio.

“Na hora passa uma mistura de sentimentos. De tristeza e de raiva. Passa muita coisa na cabeça. De uma vontade de correr para o vestiário e também pular aquela cerca para resolver ali. É uma mistura de coisas e muita tristeza. Pensei que foi fosse fácil lidar com isso, mas quando é com a gente, vemos que não é fácil”, completou Bauermann.

O torcedor foi autuado pelo crime de injúria racial, previsto no Artigo 140 do Código Penal. A pena, em caso de condenação, é de até 3 anos. A polícia estipulou fiança no valor de R$ 3 mil.

“Decidi chamar a polícia, porque a partir do momento que tentam me ofender, ele tem que arcar com as consequências. Ainda se for pela cor da pele ou pelo gênero. Tem que pagar”, relatou.

Eduardo Bauermann contou que foi a primeira vez que uma situação dessa aconteceu com ele no meio do futebol. No entanto, diz que já foi alvo de casos claros de racismo no seu dia a dia. Apesar de ser a primeira vez, ele concorda com o levantamento do GloboEsporte.com em que mostra que quase metade dos atletas negros já sofreram algum tipo de racismo.

“Esses números se confirmam. Eu já entrei em loja e não fui atendido, por exemplo. A maioria dos negros no Brasil ou até fora já sofreram algum tipo de ofensa”, destaca.

Informações Globo Esporte

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