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Mundinho – o goleiro voador do touro

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Os mais jovens por certo não o conhecem alguns até, talvez, nem tenham ouvido falar dele, mas os antigos torcedores do Fluminense, aqueles que acompanharam a vitoriosa  trajetória do tricolor nos seus  áureos tempos, não o esquecem. Ele faz parte da seleção, ou time de todos os tempos do Touro, com a gloriosa camisa um, na época de cor preto ou cinza. Raimundo Ferreira dos Santos – MUNDINHO marcou época no time feirense, no qual começou e encerrou sua carreira de 20   anos.

Goleiro do Ypiranga de Feira, foi levado para o tricolor aos 15 anos, juntamente com o centroavante Almeida, na época do futebol,  chamado de Cepão. Na mesma oportunidade  Arivaldo de Carvalho –“Tuta”  diretor do Fluminense pinçou no time do Mecânico o volante Chinesinho e o médio Val. Aos 16 anos Mundinho assinou contrato profissional com o tricolor e logo assumiu a camisa numero Um, antes vestida por Batista, Peri-Peri e Borracha. Em 1963, com um time tendo como base jogadores do futebol amador local o touro conquistava de forma histórica o titulo de campeão baiano superando o então “invencível” Bahia, na Fonte Nova por 2 x 1.

No time armado pelo técnico Antonio Conceição apenas três ”estrangeiros” os pontas Dagoberto e Iroldo – vindos do segundo time do Botafogo carioca-, e o meia Ary, que atuara pelo Botafogo e, em fim de carreira, passara pelo Bahia. Em 1969 o touro  novamente conquistava o titulo estadual  com participação direta de Mudinho, titular em seis jogos. Mas devido um desentendimento o técnico carioca Walter Miraglia,  trouxe do Rio de Janeiro o goleiro Ubirajara que assumiu a camisa Um do tricolor.

Depois do titulo baiano Mundinho foi para o Fortaleza, indicado pelo arbitro Lourabel Monteiro que atuava no campeonato baiano. Voltou ao futebol da Bahia negociado com o Galícia. Retornou ao Ceará, onde defendeu o Fortaleza em 1973, posteriormente o Tiradentes – clube ligado à Policia  Militar -, que  na época era uma das grandes forças do futebol alencarino e o Guarany de Sobral. Por indicação do massagista Aloísio Trindade (falecido),  foi para o Comercial do Mato Grosso, onde foi vice-campeão estadual realizando grande campanha.  Voltou ao Fluminense  time do seu coração em 1978 e no tricolor parou em 1982, exatamente 20  anos depois, onde começara profissionalmente.

Casado com dona Mira e pai de três ex- jogadores profissionais – Roberto, Jorginho e Junior Baiano -, Mundinho vem de família futebolística. Seu pai Antonio Mario, foi um dos grandes craques baianos nas décadas de 50/60. Antonio Mario foi artilheiro e campeão baiano pelo time canário. Com 1.74m, foi um dos melhores goleiros que o futebol baiano já teve. Era preciso nas bolas altas, sempre encaixando com segurança, e ganhou fama nas defesas que fazia nos pés dos atacantes. Corajoso, arrojado, nunca perdeu uma disputa nas divididas com o adversário. Hoje, pela sua altura – com os goleiros tendo em media 1.90m -, dificilmente  chegaria ao profissionalismo. Mas observa que mesmo privilegiado pela altura, treinamentos especiais e intensivos, alem da qualidade do material usado – bolas, luvas, uniformes -, infinitamente melhor do que o do seu tempo, não vê superioridade nos goleiros modernos.

Vida tranqüila, ao lado da família, depois de dar grande contribuição ao futebol da Bahia, Ceará e Mato Grosso, Mundinho é um ponto de referência para os atletas do passado que estão sempre a procurá-lo para uma boa conversa, relembrando grandes momentos. Para Mundinho, que trabalhou com inúmeros técnicos de renome, Antonio Conceição, que dirigiu o Fluminense campeão baiano de 1963, foi o melhor, e a melhor formação do tricolor com atletas da época: Mundinho, Ubaldo, Sapatão e Quinha,  Chinesinho, Val e Renato,   Veraldo, Almeida, Ary  e Neves.

Por Zadir Marques Porto

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